Proposta para SP: corredores verdes ligando regiões

Proposta para SP: corredores verdes ligando regiões

 

Gestora ambiental propõe vias verdes entre as Zonas Leste e Oeste, nas regiões da Moóca, Sé e Pinheiros.

Entre outros benefícios, vias verdes reduzem alagamentos.



07/04/2011

 
São Paulo – Proposta de criação de corredores verdes na cidade de São Paulo, interligando as subprefeituras Móoca (Zona Leste), Sé (Zona Centro) e Pinheiros (Zona Oeste), é o resultado de um estudo realizado na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP), em Sorocaba, no interior paulista.

Sob título Uso de Imagens de Alta Resolução para Definição de Corredores Verdes na Cidade de São Paulo, o estudo foi objeto de dissertação da gestora ambiental Juliana Amorin da Costa em programa de pós-graduação. “A presença de elementos vegetativos urbanos melhora a qualidade de vida do cidadão, uma vez que contribui para diminuir a incidência de ilhas de calor, amenizar inundações e problemas respiratórios”, defende a gestora.

A especialista explica que os corredores verdes são formados por árvores dispostas em formato linear, exercendo a função de interligação com outras áreas arborizadas, como praças e parques. Ela diz também que a solução é estética, por deixar os ambientes mais agradáveis; e cultural, porque propicia atividades recreativas, favorecendo a vivência do espaço público pela população.

O levantamento - Com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), o estudo avaliou diferentes métodos de obtenção de dados físicos do tecido urbano, por meio de técnicas de geoprocessamento, além de levantar e relacionar variáveis que influenciam a presença do verde.

A avaliação levou a indicar as regiões pertencentes às subprefeituras Moóca, Sé e Pinheiros como prioritárias para o desenvolvimento de corredores verdes por conta das suas diferentes características, conforme explica Juliana da Costa.

“As regiões foram escolhidas devido suas diferenças no quesito arborização. As subprefeituras da Mooca e Sé possuem baixa quantidade de árvores, já os bairros da região de Pinheiros são altamente arborizados”, comenta. Para verificar a transformação das áreas verdes nas três regiões, o estudo recorreu à análise de imagens de satélite de alta resolução, dos anos 2002, 2004, 2006 e 2008.

Índice de Floresta Urbana - Declividades, pontos de alagamento, copa arbórea, relvado, piso cimento, telhas (cinza, escura e metálica), solo exposto são alguns entre os elementos que as imagens de satélite permitiram dosar, até chegar ao cálculo do Índice de Floresta Urbana (IFU), o qual varia de zero a dois (quanto mais próximo de dois, maior a quantidade de áreas verdes).

“No geral, os valores encontrados indicam a necessidade do aumento de arborização urbana nas três regiões de estudo, embora a subprefeitura de Pinheiros apresente os melhores resultados quanto ao IFU, confirmando o que foi constatado em campo”, comenta a pesquisadora.

A partir da junção das informações do índice de vegetação aplicado nas imagens de satélite, foram definidos os locais para a disposição de corredores verdes, interligando as subprefeituras.

Contribuição para reduzir alagamentos - Em paralelo, a pesquisa considerou ainda a presença/ausência de pontos de alagamento. “A arborização é importante no aumento da permeabilidade do solo e assim contribui para amenizar os pontos de alagamento”, explica a pesquisadora.

“O uso desses pontos de alagamento, juntamente com dados quantitativos sobre arborização, também apontou áreas prioritárias a serem arborizadas, seguindo o conceito de corredores verdes”, finaliza a gestora ambiental Juliana Amorin da Costa, que defendeu a pesquisa junto ao programa de pós-graduação em Recursos Florestais da Esalq, sob a orientação do professor Demóstenes Ferreira da Silva Filho, do Departamento de Ciências Florestais (LCF

Fonte : R7