Centro de Apoio Turístico Tancredo Neves, hoje Museu de Mineralogia (projeto em equipe com Éolo Maia), também conhecido como “Rainha da Sucata”.

Centro de Apoio Turístico Tancredo Neves, hoje Museu de Mineralogia (projeto em equipe com Éolo Maia), também conhecido como “Rainha da Sucata”.

Arquitetos: Sylvio E. de Podestá e Éolo Maia
Colaboração: Sheila Viana Cunha, Ruben Gil e Luciene Martins
Estrutura: Hélio Chumbinho
Consultoria Bioclimática: Ângela Negromonte Scheibe
Local: Praça da Liberdade, Belo Horizonte, MG
Projeto: 1984/85
Construção: 1985/92
Área terreno: 620,00 m2
Área: 1460,00 m

  MATERIAL:
> Plantas e imagens em alta resolução


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Centro de Apoio Turístico Tancredo Neves, hoje Museu de Mineralogia (projeto em equipe com Éolo Maia), também conhecido como “Rainha da Sucata”.

Este apelido se originou pela utilização, como revestimento, de chapas de aço SAC-41, cuja propriedade mais visível é sua oxidação controlada, ficando com aspecto de ferrugem no caso interpretada como sucata.
Ali, numa praça do início da construção de Belo Horizonte, com o Palácio do Governo, suas Secretarias em estilo eclético, um conjunto aparentemente harmônico e antigo, mas que com uma leitura mais atenta, consegue-se perceber várias construções e de várias épocas, como por exemplo a “Casa do Bispo” de Raffaello Berti, neoplasticista, com utilização de pó de pedra como revestimento da fachada, técnica e estilo utilizado em várias construções da capital nas décadas de 30/40; o Edifício Tancredo Neves, de Oscar Niemeyer (década de 50), de bela arquitetura mas incompatível com o porte da Praça; o Edifício Xodó, de Sylvio de Vasconcellos e o IPSEMG, de Raphael Hardy (50/60), este último, com uma preocupação real com a volumetria da Praça quando, da sua concepção, mantndo próximo à rua construção de altura pertinente com os edifícios existentes e afastando a torre, enfraquecendo sua presença na praça e, o anexo da Secretaria de Educação, década de 60 (Galileu Reis). Um pouco mais afastada, a Biblioteca Pública, (que Niemeyer renega pelas mudanças, mas que contém seus traços característicos), fecha esta arcada. Todas as décadas, menos a de 70, de alguma forma, ali estavam representada e, para a “Rainha” ficou a responsabilidade de contar a história dos anos 80, anos pluralistas, de grande efervescência e discursos cheio de adjetivos e substantivos.

Contamos esta história e as pessoas foram provocadas a perceberem e zelarem pelo seu momento atual. Discutiu-se novamente a arquitetura da cidade e, foi-se além do “gosto/não gosto”, imediatismo duvidoso e frágil, hoje já sem forças para polemizar.

Mas não foi uma inserção gratuita, apenas figurativa e provocativamente diferenciada. Ela é fruto de um estudo geral da Praça e seus edifícios (desenhos, fotos e maquetes) no que diz respeito à sua volumetria, elementos formais, massas e aberturas e possibilidades representativas dentro da história, critérios universais de inserção.

Vestiu-se, de forma escancarada, de materiais ligados à construção e à indústria mineira como as chapas metálicas enferrujadas que lhe sugeriram o apelido, e como dente de ouro completou a dentadura da Praça.
Por alguma razão, ou por ser tão “barroca”, seu nome está quase sempre ligado ao do Éolo. Virou capa de livro, virou tese estudantil, museu de mineralogia. Tentou-se fechar o anfiteatro, foi colocado o newtoniano gradil, sumiu o ar condicionado do burocrata, a flor do vaso da secretária foi trocada, nunca fizeram as grandes palmeiras metálicas localizadas junto às testadas (medo do Ibama e dos ecologistas, diziam). Constui-se uma tímida rampa paraplégica na entrada, o elevador nunca saiu do papel e os ótimos banheiros no andar semi-enterrado, públicos, nunca foram usados. Pois é, tudo começou com um convite da Secretaria de Esporte, Lazer e Turismo, da época, para se projetar ali dois banheiros públicos, neste terreno abandonado em plena Praça do Governo e onde tinha sido morta uma pobre menina de rua. O dois banheiros serviram de base para que propusessemos o centro de apoio turistico principalmente por causa da feira de artesanato e arte (hoje na Av. Afonso Pena) que ali funcionava e esta é a razão por este projeto não ter sido contratado através de concurso público, forma de licitação que defendo e que evita que a cidade seja construída apenas por um ou dois arquitetos aparentados..

Embargado durante anos foi finalmente inaugurado em 1992.

Na porta de entrada, embaixo, existe uma placa: Arquitetos Éolo Maia e Silvio Henrique Podestá, ou algo assim.

Muito barroca!

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Fonte:https://www.podesta.arq.br/